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Livro: Presente e futuro do desenvolvimento brasileiro

Written By Centro Acadêmico de Ciências Econômicas on sexta-feira, 27 de março de 2015 | 08:25


    Presente e futuro do desenvolvimento brasileiro
IPEA




          À medida que novas pesquisas vão sendo concluídas, revela-se mais inequívoco o papel indutor e transformador das diversas políticas sociais implementadas pelos diferentes governos após a promulgação da Constituição Federal de 1988.
             O Ipea, sobretudo por meio da equipe de sua Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc), tem contribuído para dimensionar, avaliar e propor aperfeiçoamentos ao conjunto das políticas sociais no país. Inúmeros estudos e publicações procuram dar conta dos impactos macro e microeconômicos desta soma de políticas públicas direcionadas aos grupos sociais mais pobres: Programa Bolsa Família, aumento real do salário mínimo, formalização do mercado de trabalho, Programa Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos, Programa Universidade para Todos etc.
Como resultado desse conjunto de políticas, a renda per capita do trabalhador brasileiro elevou-se de US$ 8.430,00 em 1994 para US$ 11.150,00 em 2013 – valores de 2013. O índice de Gini, que mede a desigualdade da renda pessoal, caiu de 0,601 em 1995 para 0,530 em 2012. Neste movimento, o número de pessoas extremamente pobres, isto é, com renda abaixo de R$ 70,00 por mês, diminuiu de 22,4 milhões para cerca de 10 milhões no mesmo período, segundo informações obtidas junto ao Ipeadata.
            As evidências e as discussões em torno dessas transformações extraordinárias, no entanto, não devem obliterar a reflexão crítica sobre a necessidade de constantes aperfeiçoamentos ao “modelo de desenvolvimento inclusivo” brasileiro. A intensificação das manifestações populares parece reforçar esta assertiva.
            Nesse sentido, observa-se que o dinamismo do mercado interno perdeu ímpeto. A arrecadação tributária, fortemente ancorada no consumo, arrefeceu. As altas taxas de juros, que perduram por um longo período, impõem um elevado custo financeiro ao setor público, exigindo um superavit primário renitente – não inferior a 2% do produto interno bruto (PIB) – para conter o endividamento bruto e o líquido.  Os gastos públicos vão se tornando cada vez mais rígidos, acompanhados da expansão das políticas sociais. Dessa forma, os dois lados da equação, receita e despesa, vão encontrando dificuldades para serem consolidados, sem um aumento, mesmo que marginal, da carga tributária – ou sem uma contenção dos investimentos públicos, sobretudo em infraestrutura, cruciais para viabilizar a expansão socioeconômica, mas únicas despesas passíveis de serem contingenciadas.



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