Livro: Dinâmica Urbano-Regional
Rede urbana e suas interfaces
De um país rural, o Brasil evoluiu, em poucas décadas, para um país fortemente urbanizado e com grandes concentrações metropolitanas. Entre 1950 e 2007, a população brasileira subiu de 52 para 184 milhões de habitantes, e o grau de urbanização passou de 36% para 83%. O número de cidades com mais de 50 mil habitantes, que era de 38 em 1950, subiu para 409 em 2007, das quais 227 têm mais de 100 mil habitantes cada. Ao mesmo tempo, algumas aglomerações urbanas foram transformadas em grandes metrópoles ou megametrópoles. Em 2007, 20 destas aglomerações possuíam mais de 1 milhão de habitantes cada, com destaque para as regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, com 20 e 12 milhões de habitantes, respectivamente. A estas se seguiam sete outras com população entre 3 e 5 milhões de habitantes cada (Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Brasília, Recife e Fortaleza). Este processo fez do Brasil uma das mais dramáticas experiências de urbanização e metropolização acelerada, com forte desigualdade territorial e social. Além das desigualdades regionais, esta megaconcentração metropolitana amplia os problemas sociais pela falta de oportunidades de trabalho e renda, pela deficiência ou falta de habitações, transporte público, saneamento, serviços educacionais e de saúde, só para mencionar os mais graves. Do ponto de vista do planejamento e da gestão pública, as dificuldades se ampliam pela ausência de instâncias institucionais unificadas para cada metrópole, uma vez que estas são compostas por várias municipalidades, com independência orçamentária e política, trazendo grandes dificuldades para o planejamento e para a gestão metropolitana no Brasil.
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