Inserção Internacional Brasileira: temas de economia internacional
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA
A primeira década do século XXI foi
marcada pela dinâmica extraordinária de crescimento entre 2003 e 2007, pela
crise financeira sistêmica do quarto trimestre de 2008 e pela rápida
recuperação do crescimento econômico dos países em desenvolvimento. Esses
fenômenos históricos diferenciados vêm sinalizando modificações estruturais no
sistema econômico e político internacional, fruto da configuração de uma nova divisão
internacional do trabalho –dada pela dinâmica da globalização financeira e
produtiva – e da alteração de posições relativas de determinados Estados
nacionais. Estes buscam acumular poder político e econômico na arena
internacional, que persiste altamente concentrado, especialmente nos Estados
Unidos – que ainda detêm 23% do produto interno bruto (PIB) global e 42% das
despesas militares do mundo.
A despeito da elevada concentração e
hierarquização do poder e da riqueza, a nova divisão internacional do trabalho
cria condições para a emergência de novos agentes representativos no sistema
internacional, tais como Brasil, Índia, Rússia, África do Sul e especialmente a
China. A crise internacional de 2008 parece não ter interrompido esse processo,
mas sim reforçado as tendências em curso.
Nesse sentido, o sistema mundial
encontra-se em ponto de inflexão histórica em que convivem múltiplas dimensões
econômico-produtivas e de organização da ordem internacional. Mais
especificamente sobre este último aspecto, verificase que a governança global
ainda permanece unipolar, dado o poder militar e econômico (moeda de curso
internacional) dos Estados Unidos, só que essa unipolaridade parece estar
caminhando para uma bipolaridade em virtude da acelerada ascensão chinesa. Para
aumentar ainda mais a complexidade e as contradições da conjuntura histórica do
sistema mundial, observam-se ensaios embrionários de multipolaridade. Para o
presidente do Banco Mundial - Robert Zoellick (2010, p. 174), o aumento do
poder econômico dos países em desenvolvimento exigirá uma “Nova Geopolítica de
Economia Multipolar”.
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